Segundo alguns dogmas ditos "cristãos", Maria deu à luz a Jesus e continuou sendo virgem, não tendo mais
filhos. E que José não tocou nela para o resto de sua vida.
Será que isso tem respaldo
bíblico?
O presente estudo mostrará
se isso é verdade ou não, usando única e exclusivamente os registros bíblicos.
Tanto as diferentes versões
das Bíblias Católicas, quanto as diferentes versões das Bíblias Evangélicas nos
mostram a mesma temática, embora nas versões on line católicas os textos estejam
sendo alterados. Então, fomos pesquisar a Vulgata Latina, tão usada ainda
pela Igreja Católica e cuja versão, mesmo on line, não pode ser modificada por
ser de conteúdo universal.
Dos quatro evangelhos,
apenas Mateus e Lucas nos falam sobre a história do nascimento de Jesus, sendo
que Lucas é o que nos fornece informações mais detalhadas, falando inclusive do
nascimento de João Batista com muitos detalhes.
Mateus nos relata, no
capítulo 1, nos versos 24 e 25: “E José, despertando do sonho, fez como o anjo
do Senhor lhe ordenara e recebeu sua mulher e NÃO A CONHECEU até que deu à luz
seu filho, O PRIMOGÊNITO; e pôs-lhe o nome de Jesus”.
A Vulgata Latina nos mostra
o mesmo texto de Mateus, sem acrescentar nem retirar nada: “24.
exsurgens autem Joseph a somno fecit sicut præcepit ei angelus Domini et
accepit coniugem suam
25. et non cognoscebat eam donec peperit filium suum primogenitum
et vocavit nomen ejus Jesum”.
Na Vulgata Tradicional que o Padre Figueiredo, edição de 1867, traduziu
para a língua portuguesa, temos o mesmo texto de Mateus (Postamos o texto
original, com o Português da época): “E despertado José do somno, fez como o
anjo do Senhor lhe havia mandado, e recebeu a sua mulher.
E elle não a conheceu emquanto ella não pariu ao seu PRIMOGENITO;
e lhe poz por nome Jesus”.
Em seguida, vamos ao texto do Evangelista Lucas, no capítulo 2, versos
6 e 7: “E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela
havia de dar à luz.
E deu à luz seu filho PRIMOGÊNITO e envolveu-o em panos e
deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”.
Vejamos o mesmo texto, agora em Lucas, na mesma tradução da Vulgata
tradicional de 1867 do padre Figueiredo (Postamos o texto original, com o
Português da época): “E estando alli, aconteceu completarem-se os dias em que
havia de parir.
E pariu a seu Filho PRIMOGENITO, e o enfachou, e o
reclinou em uma mangedoura: porque não havia logar para elles na estalagem”.
Infelizmente, as novas traduções católicas, principalmente as que estão
disponíveis on line, suprimiram a palavra PRIMOGÊNITO.
Analisando os textos acima, podemos concluir com facilidade que Jesus
não foi filho único de Maria e José, pois a expressão PRIMOGÊNITO nos leva à
conclusão lógica que houve mais filhos nascidos nesta família.
Também a expressão: “... e NÃO A CONHECEU, até que deu à luz
seu filho”, prova que José não tocou em Maria durante todo o período de sua
gravidez, mas que depois disso manteve relações sexuais com ela normalmente.
Mas será que isso pode ser provado? Vamos então voltar à Bíblia e ler
sobre o assunto.
No Evangelho de Mateus, no capítulo 12, nos versos 46 a 50 encontramos
uma referência à família de Jesus: sua mãe e seus irmãos. Vejamos:
46 – “E falando Ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e
seus irmãos, pretendendo falar-lhe.
47 – E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos,
que querem falar-te”.
Mas será que é só isso que a Bíblia nos fala sobre a família de Jesus?
Não, ainda tem mais.
No mesmo Evangelho de Mateus, no capítulo 13, nos versos de 53 à 58,
encontramos duas informações que derrubam qualquer tese contrária a este fato:
Jesus indo pregar na cidade onde havia passado sua infância, a
referência à Maria e José, nominalmente e a referência aos nomes de seus quatro
irmãos do sexo masculino e de suas irmãs.
As irmãs não são citadas nominalmente, pois não era costume dos judeus fazer
referência nominal às mulheres, a não ser em casos excepcionais. Vejamos o
texto:
53 – “E aconteceu que Jesus, concluindo essas parábolas, se retirou
dali.
54 – E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte
que se maravilhavam e diziam: Donde veio a este a sabedoria e estas maravilhas?
55 – Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e
seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas?
E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe veio, pois, tudo
isso”?
Mas será que só o Evangelho de Mateus nos fala sobre isso? No Evangelho
de Marcos, capítulo 6, do verso 1 até ao verso 3, encontramos a mesma
referência acima descrita por Mateus:
1 – “E partindo dali, chegou à sua terra e os seus discípulos o
seguiram.
2 – E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos,
ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde lhe Vêm essas coisas? E que sabedoria
é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos?
3 – Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de
José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E
escandalizavam-se nele”.
Não preciso nem postar o texto aqui, mas nas versões mais antigas da
Bíblia Católica e em todas as versões da vulgata Latina temos os mesmos textos
com as mesmas traduções.
Portanto, Maria teve mais filhos com José, que passou a viver
normalmente com ela, como marido e mulher, depois que Jesus nasceu.
Se houvesse qualquer coisa que nos falasse o contrário, a Bíblia, com
certeza o declararia. Contra fatos, não há argumentos.
Depois do milagre em Caná, Maria e os irmãos do Senhor aparecem juntos:
“Depois disso desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos, e seus discípulos;
e ficaram ali não muitos dias” (João 2.12).
Por causa do mito de que Maria foi uma virgem perpétua, foi inventada a
teoria que estes "irmãos" de Jesus são, de fato, apenas primos.
Esta palavra "irmão" é usada 346 vezes no Novo Testamento e nunca significa "primo".
Esta palavra "irmão" é usada 346 vezes no Novo Testamento e nunca significa "primo".
Agora, se Maria fosse, como quer a Igreja Católica, mãe de Deus e se
ela estivesse entronizada em um trono nos céus, certamente haveria alguma
referência na Bíblia. Muito pelo contrário: João, o apóstolo, foi arrebatado
aos céus. Ele viu o trono de Deus e de Jesus, cognominado Cordeiro. Mas não há
nenhum trono de Maria. Nenhuma referência à ela reinando com Cristo e com Deus.
Vejamos:
Apocalipse, capítulo 22, verso 1: “E mostrou-me o rio puro da água da
vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro”.
Uma das grandes ênfases dos judeus era o da mulher ter muitos filhos. A
mulher estéril normalmente era olhada de forma piedosa ou então como pessoa má,
a quem Deus punia não deixando ter filhos.
Isabel, a mãe de João Batista, por exemplo, teve seu filho na velhice.
Vejam a frase que ela usou para descrever sua felicidade no Evangelho de Lucas,
capítulo 1, verso 25: “Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim,
para destruir o meu opróbrio entre os homens”.
No mesmo capítulo, no verso 58, encontramos o reforço disso: “E os seus
vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande
misericórdia e alegraram-se com ela”.
É verdade que João Batista morreria mais tarde, executado por Herodes,
mas seus pais já haviam morrido.
Agora, será que Deus condenaria Maria e José para o resto de suas vidas
não terem mais filhos? Claro que não! Maria foi muito abençoada e gerou filhos
(quatro homens, uma grande dádiva para as mulheres daquele tempo) e filhas, que
os textos nos dão a entender que foram mais do que o número de irmãos homens.
Portanto, esperamos que esse breve estudo seja positivo em tua vida e
que você aceite as verdades bíblicas exatamente como elas são, sem adulteração!
No link abaixo, vocês podem ler toda a Bíblia na linguagem antiga,
versão do Padre Figueiredo e comparar os mesmos textos.
No link abaixo, o endereço da Vulgata Clementina tradicional, que
também pode ser consultada facilmente para conferir os textos acima.