domingo, 4 de janeiro de 2015

A GRANDE FAMÍLIA DE JOSÉ E MARIA



Segundo alguns dogmas ditos "cristãos", Maria deu à luz a Jesus e continuou sendo virgem, não tendo mais filhos. E que José não tocou nela para o resto de sua vida.

Será que isso tem respaldo bíblico?

O presente estudo mostrará se isso é verdade ou não, usando única e exclusivamente os registros bíblicos.
 Tanto as diferentes versões das Bíblias Católicas, quanto as diferentes versões das Bíblias Evangélicas nos mostram a mesma temática, embora nas versões on line católicas os textos estejam sendo alterados. Então, fomos pesquisar a Vulgata Latina, tão usada ainda pela Igreja Católica e cuja versão, mesmo on line, não pode ser modificada por ser de conteúdo universal.

Dos quatro evangelhos, apenas Mateus e Lucas nos falam sobre a história do nascimento de Jesus, sendo que Lucas é o que nos fornece informações mais detalhadas, falando inclusive do nascimento de João Batista com muitos detalhes.

Mateus nos relata, no capítulo 1, nos versos 24 e 25: “E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara e recebeu sua mulher e NÃO A CONHECEU até que deu à luz seu filho, O PRIMOGÊNITO; e pôs-lhe o nome de Jesus”.

A Vulgata Latina nos mostra o mesmo texto de Mateus, sem acrescentar nem retirar nada: 24. exsurgens autem Joseph a somno fecit sicut præcepit ei angelus Domini et accepit coniugem suam

25. et non cognoscebat eam donec peperit filium suum primogenitum et vocavit nomen ejus Jesum”.


Na Vulgata Tradicional que o Padre Figueiredo, edição de 1867, traduziu para a língua portuguesa, temos o mesmo texto de Mateus (Postamos o texto original, com o Português da época): “E despertado José do somno, fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado, e recebeu a sua mulher.

E elle não a conheceu emquanto ella não pariu ao seu PRIMOGENITO; e lhe poz por nome Jesus”.

Em seguida, vamos ao texto do Evangelista Lucas, no capítulo 2, versos 6 e 7: “E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz.

E deu à luz seu filho PRIMOGÊNITO e envolveu-o em panos e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem”.

Vejamos o mesmo texto, agora em Lucas, na mesma tradução da Vulgata tradicional de 1867 do padre Figueiredo (Postamos o texto original, com o Português da época): “E estando alli, aconteceu completarem-se os dias em que havia de parir.

E pariu a seu Filho PRIMOGENITO, e o enfachou, e o reclinou em uma mangedoura: porque não havia logar para elles na estalagem”.

Infelizmente, as novas traduções católicas, principalmente as que estão disponíveis on line, suprimiram a palavra PRIMOGÊNITO.

Analisando os textos acima, podemos concluir com facilidade que Jesus não foi filho único de Maria e José, pois a expressão PRIMOGÊNITO nos leva à conclusão lógica que houve mais filhos nascidos nesta família.

Também a expressão: “... e NÃO A CONHECEU, até que deu à luz seu filho”, prova que José não tocou em Maria durante todo o período de sua gravidez, mas que depois disso manteve relações sexuais com ela normalmente.

Mas será que isso pode ser provado? Vamos então voltar à Bíblia e ler sobre o assunto.

No Evangelho de Mateus, no capítulo 12, nos versos 46 a 50 encontramos uma referência à família de Jesus: sua mãe e seus  irmãos. Vejamos:

46 – “E falando Ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, pretendendo falar-lhe.

47 – E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e teus irmãos, que querem falar-te”.

Mas será que é só isso que a Bíblia nos fala sobre a família de Jesus? Não, ainda tem mais.

No mesmo Evangelho de Mateus, no capítulo 13, nos versos de 53 à 58, encontramos duas informações que derrubam qualquer tese contrária a este fato:

Jesus indo pregar na cidade onde havia passado sua infância, a referência à Maria e José, nominalmente e a referência aos nomes de seus quatro irmãos do sexo masculino e de suas irmãs.

As irmãs não são citadas nominalmente, pois não era costume dos judeus fazer referência nominal às mulheres, a não ser em casos excepcionais. Vejamos o texto:

53 – “E aconteceu que Jesus, concluindo essas parábolas, se retirou dali.

54 – E, chegando à sua pátria, ensinava-os na sinagoga deles, de sorte que se maravilhavam e diziam: Donde veio a este a sabedoria e estas maravilhas?

55 – Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas?

E não estão entre nós todas as suas irmãs? Donde lhe veio, pois, tudo isso”?

Mas será que só o Evangelho de Mateus nos fala sobre isso? No Evangelho de Marcos, capítulo 6, do verso 1 até ao verso 3, encontramos a mesma referência acima descrita por Mateus:

1 – “E partindo dali, chegou à sua terra e os seus discípulos o seguiram.

2 – E, chegando o sábado, começou a ensinar na sinagoga; e muitos, ouvindo-o, se admiravam, dizendo: De onde lhe Vêm essas coisas? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E como se fazem tais maravilhas por suas mãos?

3 – Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele”.

Não preciso nem postar o texto aqui, mas nas versões mais antigas da Bíblia Católica e em todas as versões da vulgata Latina temos os mesmos textos com as mesmas traduções.

Portanto, Maria teve mais filhos com José, que passou a viver normalmente com ela, como marido e mulher, depois que Jesus nasceu.

Se houvesse qualquer coisa que nos falasse o contrário, a Bíblia, com certeza o declararia. Contra fatos, não há argumentos.

Depois do milagre em Caná, Maria e os irmãos do Senhor aparecem juntos: “Depois disso desceu a Cafarnaum, ele, sua mãe, seus irmãos, e seus discípulos; e ficaram ali não muitos dias” (João 2.12).

Por causa do mito de que Maria foi uma virgem perpétua, foi inventada a teoria que estes "irmãos" de Jesus são, de fato, apenas primos.
Esta palavra "irmão" é usada 346 vezes no Novo Testamento e nunca significa "primo".

Agora, se Maria fosse, como quer a Igreja Católica, mãe de Deus e se ela estivesse entronizada em um trono nos céus, certamente haveria alguma referência na Bíblia. Muito pelo contrário: João, o apóstolo, foi arrebatado aos céus. Ele viu o trono de Deus e de Jesus, cognominado Cordeiro. Mas não há nenhum trono de Maria. Nenhuma referência à ela reinando com Cristo e com Deus. Vejamos:

Apocalipse, capítulo 22, verso 1: “E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro”.

Uma das grandes ênfases dos judeus era o da mulher ter muitos filhos. A mulher estéril normalmente era olhada de forma piedosa ou então como pessoa má, a quem Deus punia não deixando ter filhos.

Isabel, a mãe de João Batista, por exemplo, teve seu filho na velhice. Vejam a frase que ela usou para descrever sua felicidade no Evangelho de Lucas, capítulo 1, verso 25: “Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim, para destruir o meu opróbrio entre os homens”.

No mesmo capítulo, no verso 58, encontramos o reforço disso: “E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia e alegraram-se com ela”.

É verdade que João Batista morreria mais tarde, executado por Herodes, mas seus pais já haviam morrido.

Agora, será que Deus condenaria Maria e José para o resto de suas vidas não terem mais filhos? Claro que não! Maria foi muito abençoada e gerou filhos (quatro homens, uma grande dádiva para as mulheres daquele tempo) e filhas, que os textos nos dão a entender que foram mais do que o número de irmãos homens.

Portanto, esperamos que esse breve estudo seja positivo em tua vida e que você aceite as verdades bíblicas exatamente como elas são, sem adulteração!

No link abaixo, vocês podem ler toda a Bíblia na linguagem antiga, versão do Padre Figueiredo e comparar os mesmos textos.


No link abaixo, o endereço da Vulgata Clementina tradicional, que também pode ser consultada facilmente para conferir os textos acima.